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Paulo ensinou a abolição do sábado em Colossenses 2:16?

  • Leandro Quadros
  • 26 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

Tradicionalmente, como igreja (adventista) ensinamos que os “sábados” mencionados por Paulo em Colossenses 2:16 se referem aos sábados “cerimoniais”, ou seja, festas Israelitas também chamadas de “sábados” (ver Lv 23). Tais festas eram assim chamadas pelo fato de haver "descanso" também em tais celebrações.

Todavia, teólogos adventistas especialistas no Novo Testamento, entre eles Samuele Bacchiocchi e Wilson Paroschi, têm demonstrado ser mais coerente a interpretação de que a ordem “dias de festa, lua nova ou sábados” se refere a três períodos: um ANUAL (no qual os sábados cerimoniais já estão incluídos), MENSAL (a festa de Lua Nova era mensal) e SEMANAL (sábado do sétimo dia). Isso parece ser apoiado por outros textos do Antigo Testamento onde a mesma sequência mensal-anual-semanal aparece: Isaías 1:13, Ezequiel 45:17, Oseias 2:11, etc.

Isso significa, então, que Paulo estaria abolindo o quarto mandamento? Com certeza, não. Até mesmo teólogos observadores do domingo reconhecem isso, pois Paulo lida com um problema muito específico na igreja de Colossos, que envolvia algumas heresias: adoração a anjos (Cl 2:18) e rigor ascético (Cl 2:20-23). É impossível imaginar que guardar o sábado em si mesmo fosse uma heresia! (ver Êx 20:8-11).

Nesse caso, Paulo não estaria atacando os dias festivos e o sábado semanal em si, mas sendo contra uma heresia que colocava tais celebrações num contexto pagão, ofuscando desse modo a pessoa de Jesus Cristo.

Vejam o que diz o comentário do teólogo protestante Ralph P. Martin, publicado pela editora Vida Nova em 1984:

“Os dias santos, sejam anuais, mensais ou semanais, também eram assunto de controvérsia em Colossos. Aqui, também, o princípio radical deve ser notado. Paulo não está condenando o uso dos dias e tempos sagrados. Nem tem em mente a observância judaica destes dias como uma expressão da obediência de Israel à lei de Deus e um sinal de sua eleição [...] O que é seu princípio aqui é o motivo errôneo envolvido quando a observação dos festivais santos fica sendo parte da adoração defendida em Colossos como reconhecimento dos ‘elementos do universo’, os poderes astrais que dirigem o curso das estrelas e regulam o calendário. Devem, portanto, ser aplacados” (Ralph P. Martin, Colossenses e Filemon – Introdução e Comentário [São Paulo: Vida Nova, 1984], p.p. 100, 101).

Nossos irmãos evangélicos costumam usar também Isaías 1:13 e Oseias 2:11 para “apoiar” a abolição do sábado. Porém, uma leitura simples e contextual de tais textos revela que Deus está sendo contra não as festividades que Ele mesmo estabeleceu, mas sim contra o culto hipócrita, que desvincula a adoração do estilo de vida.

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Leandro Quadros, apresentador da Rede Novo Tempo, programa Na Mira da Verdade.

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